Homenagem ao meu Rio Grande do Sul.

Esta semana começa oficialmente as comemoração da Semana Farroupilha aqui no Rio Grande de Sul. Vou ser bem sincera em dizer que não curto esses discursos tradicionalistas, CTG e como dizia um professor meu este circo todo e não acho que os gaúchos sejam melhores do que ninguém, muitos conterrâneos vão me odiar por isso, mas acho que o gaúcho sente muito orgulho por uma tradição errônea, se baseando apenas em mitos e na história oficial, e muitas vezes acho que acabam passando uma visão de povo um pouco arrogante quando se trata disso. 

Mas nem por isso deixo de amar o meu Rio Grande, afinal sou gaúcha e tenho muito orgulho de ter nascido aqui pois somos riquíssimos se tratando de cultura. E tem coisas que só aqui no sul tem, quem é daqui sabe do que estou falando, como tomar um mate no sol num dia frio com os amigos comendo uma bergamota... Hahaha. Ou curtir um bom vinho (da serra gaúcha) ao redor de um fogão preparando uma comidinha gostosa, jogando conversa fora com uma boa música de fundo (principalmente se for Elis Regina).

Os meus post essa semana vão ser para mostrar um pouco do sul, mas na minha visão, das coisas que gosto daqui, as vezes um pouco "tradicionais" e outras não. Então quero começar com um poeta maravilhoso e gaúcho que amo e que sabe descrever Porto Alegre como poucos conseguem. Creio que muitos já conheçam é o Mário Quintana.

A Rua dos Cataventos

Escrevo diante da janela aberta.

Minha caneta é cor das venezianas:

Verde!... E que leves, lindas filigranas

Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas

Mistura os tons... acerta... desacerta...

Sempre em busca de nova descoberta,

Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!

Do que eu ia escrever até me esqueço...

Para que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...

E me transmuto... iriso-me... estremeço...

Nos leves dedos que me vão pintando!

Beijos e até o próximo post!